O dia 20 de novembro foi escolhido para representar a resistência da cultura e do povo preto no Brasil e ganhou o reconhecimento como Dia da Consciência Negra, a partir da história de Zumbi dos Palmares.
Isso porque o brasileiro foi morto, após lutar contra a colonização portuguesa, na liderança do Quilombo de Palmares. Sua trajetória representa a história, a força e a resistência do povo preto, diante as opressões.
De fato, o racismo é uma realidade, seja em nível pessoal, institucional ou estrutural. No mercado de trabalho, os impactos desse preconceito ficam ainda mais evidentes, como apontam diversos estudos e levantamentos, como os citados a seguir.
Alguns dados sobre a desigualdade racial no mercado de trabalho
O Estudo “Jovens Negros no Mercado de Trabalho”, encomendado pelo Banco Mundial e realizado pelo Núcleo de Pesquisa Afro do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, em parceria com o Instituto de Referência Negra Peregum, em 2022, revelou desafios históricos para a inclusão de pessoas negras no mercado de trabalho e para o combate ao racismo estrutural.
Segundo a análise, existe a princípio uma desvantagem educacional que leva a empregos de baixa qualificação e, consequentemente, a baixa remuneração. Resultando no fato de que esse grupo ocupa:
- 60% dos trabalhadores informais no Brasil
- 6,3% de cargos gerenciais
- Menos de 5% das posições executivas
Sem contar no fato de que quase 50% das mulheres negras não trabalham.
Essas informações também são confirmadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, em taxas divulgadas referente ao 2º trimestre de 2022.
Na época, 13,9% das mulheres negras estavam desocupadas, enquanto o número de mulheres brancas na mesma situação era de 8,9%. Para homens, os negros chegavam a 8,7% de desocupação, enquanto os brancos, estavam em 6,1%.
Em relação aos salários, também foi comprovado que a renda de uma mulher negra chega a ser equivalente a 46,6% da renda de um homem branco. Tudo isso, a desigualdade racial associada, também, à desigualdade de gênero.
Para agir em relação a essas diferenças, a mudança precisa ser imediata e significativa. Afinal, dados do IBGE revelam que a diferença de oportunidades no mercado de trabalho entre pessoas pretas e brancas, não mudou muito nos últimos 10 anos.
Como sua empresa pode agir para mudar isso?
Combater o racismo, suas formas e impactos, é papel de todas as pessoas. Um(a) empreendedor(a) pode ser decisivo(a) na transformação dessa realidade.
Comece agora mesmo a aderir políticas antirracistas na cultura da sua empresa, como campanhas de conscientização, código de ética e conduta e ações de reparação.
Aqui vão as principais ações de combate à desigualdade racial no mercado de trabalho!
1 Diagnóstico
Conhecer, antes de combater. Análise quantas pessoas negras fazem parte do seu time, quais cargos elas ocupam, se existe diferença salarial em cargos equivalentes, etc. Com dados em mãos, fica mais fácil saber por onde começar essa mudança.
2 Capacite equipes de recrutamento
O racismo estrutural está em tudo. Muitas vezes, pessoas pretas ficam em desvantagens na hora de se apresentarem em entrevistas de emprego, sem motivos objetivos. Para resolver isso, converse sobre o assunto e alinhe os critérios de avaliação para contratar, sempre que houver vagas de disponíveis. Ou…
3 Disponibilize Vagas Afirmativas
Os processos seletivos exclusivos para pessoas pretas fazem toda diferença nessa reparação, já que isolam as chances dos(as) candidatos(as) enfrentarem no racismo ao participarem da concorrência pelas vagas.
4 Revisar produtos e campanhas
Considere corpos, cabelos, cultura e realidade das pessoas pretas, ao criar produtos, promoções e opções de serviços. Uma marca de cosméticos, por exemplo, pode criar uma linha para esse público. Uma empresa de marketing, pode passar a incluir imagens de pessoas pretas e referências da cultura pretas, ao atender diferentes clientes e segmentos.
5 Capacite sua equipe
Para incluir pessoas pretas no mercado de trabalho, é imprescindível prevenir ao máximo que situações de racismo aconteçam. A melhor forma de fazer isso, é abordar o assunto com transparência e profundidade, todos os dias. Crie uma agenda de conscientização que dure todo o ano, com inciativas como letramento racial, celebração de datas da cultura e religião preta e muito mais.
Compartilhe esse conteúdo com empreendedores e empreendedoras que fazem parte da sua rede de conexões e vamos juntos(as) promover uma cultura mais inclusiva, justa e ANTIRRACISTA.
